domingo, 5 de outubro de 2008

O último dia

Meu amor, o que você faria se só te restasse esse dia? Se o mundo fosse acabar, me diz o que você faria?
Andava pelado na chuva? Corria no meio da rua?Entrava de roupa no mar? Trepava sem camisinha?
Abria a porta do hospício? Trancava a da delegacia? Dinamitava o meu carro? Parava o tráfego e ria?
(trechos da música de Paulinho Moska)


Me fiz exatamente esta pergunta: o que eu faria se só me restasse esse dia? É difícil falar só de uma coisa, definir entre tantas prioridades. Seriam muitas, com certeza. Entre elas isso: observar o pôr-do-sol, simplesmente olhar pessoas admirando esse momento, fotografar esse instante mágico. Exatamente como na cena da foto, clicada em julho deste ano na Pedra Grande, um dos principais pontos turisticos de Atibaia. Com quase 1.500 metrtos de altura, fica na Serra de Itapetinga e permite a visão de seis municípios: Bragança paulista, Piracaia, Nazaré, Bom Jesus dos Perdões, Jundiaí e São Paulo. O local é ainda ponto de encontro de praticantes do vôo-livre.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Noites com sol

Pode abrir a janela/noites com sol são mais belas/certas canções são eternas/deixa o sol entrar (Flavio Venturini)


Uma pequena parte do maior Porto da América Latina clicada do alto do Monte Serrat, minutos antes da escuridão tomar conta de tudo.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Para um amigo

Na verdade
não falo palavras
Falo cores,
sensações
Falo sons,
sentimentos
Falo imagens,
faço momentos
íntimos,
simples
Faço rimas,
concretas,
abstratas,
exatas
Na verdade
a exatidão das minhas palavras
não existe
Mas a sinceridade
dos nossos momentos
insiste
e transforma
Cada cor
numa nova cor
Cada som
numa nova música
Cada imagem
numa nova fotografia
que renova dia após dia
cada página da nossa história

(Escrevi esse texto, que não sei se posso chamar de poesia, em outubro de 1991. Já não me lembro o motivo, a inspiração, mas achei que combinava com essa foto do Bru, no Monte Serrat, e seu olhar atento ao mundo em busca do ângulo perfeito e da luz mais bonita)

domingo, 6 de abril de 2008

Retrato


The only real voyage of discovery consists not in seeking new landscapes, but in having new eyes

Marcel Proust

(A única viagem real de descobertas consiste não em procurar novas paisagens, mas em ter novos olhos)

segunda-feira, 17 de março de 2008

Por um planeta melhor

Imagem clicada do barco durante a madrugada, mostrando vista parcial de prédios na Ponta da Praia, em Santos. As luzes borradas são resultado da baixíssima velocidade para registrar a escuridão, sem auxílio de flash e de tripé


Minha aventura junto com estudantes e professores do curso de Oceanografia começou por volta das 19 horas de quinta-feira e seguiu até as 4h30 de sexta. Por sorte, o perigo representado pelo mar ficou reduzido, já que a embarcação utilizada para a Estação Fixa fica parada bem próxima a Ponte Edgar Perdigão. Mas um ingrediente prometia tornar a noite mais difícil: durante boa parte do tempo choveu e ventou.
Independente do clima, que umedecia a roupa e provocava até uma sensação de frio em pleno verão, o mais estranho foi ficar durante quase toda a noite vendo a cidade de outro ângulo. A iluminação amarelada da orla dá um toque especial a Santos.
Olhando para o outro lado, apesar de ser santista de nasci mento, me surpreendo com a movimentação de navios que passam pelo estuário durante a noite, sempre acompanhados de lanchas da praticagem. Por volta das 22 horas, em cerca de 10 minutos, quatro deles, de tamanhos diferentes, cruzam o canal.
Converso com o oceanógrafo André Belém e mato algumas curiosidades. Ele me conta que quando voltou à Antártica (no final de dezembro) sentou na mesma pedra em que esteve há 14 anos e encontrou um cilindro que deixou com objetos pessoais.
Descubro mais sobre o continente gelado, e fico com um misto de alívio e preocupação Belém me explica que a elevação do nível do mar pouco tem relação com o derretimento das geleiras. ``Ufa, aquele gelo todo derretendo não vai inundar o planeta'', penso. Entretanto, o aquecimento global, que eleva a temperatura do mar, pode sim ser responsável pelo pior.
Observo os alunos, enquanto me distraio clicando as luzes da cidade e dos barcos com minha câmera fotográfica. Todos conversam de assuntos variados: futuro, música, a vida em repúblicas. Além da conversa, a comida (reduzida a bolachas, salgadinhos e mais tarde esfihas) também ajuda a passar o tempo. A bióloga Gleyci Moser não vê a hora de uma nova turma chegar com água quente para o seu chá mate.
Estudantes se revezam no reduzidíssimo espaço reservado para colchões finos, que proporcionam pequenos cochilos. Permaneço do lado de fora durante quase todo o tempo. Isso porque na parte inferior do barco, o cheiro de gasolina é quase insuportável. O combustível é usado em uma espécie de gerador responsável por manter funcionando o laptop ligado a um equipamento capaz de medir velocidade da água, níveis de oxigênio, temperatura e salinidade.
Por volta das 4 horas da manhã a terceira equipe da Estação Fixa chega aos poucos. Além das mochilas, capas, água e bolachas, os alunos trazem um violão na bagagem.
Infelizmente vou embora antes de poder apreciar o talento musical desses futuros cientistas. Mas saio com a certeza de que ainda tem gente que se preocupa com o planeta.


Esse é o meu depoimento original e sem cortes, que integra matéria publicada em A Tribuna nesta segunda-feira (17) sobre um projeto científico do curso de Oceanografia, do Unimonte. Um dos coordenadores é o oceanógrafo André Belém, que já esteve na Antártica seis vezes.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Espelho

(substantivo masculino)

1- Superfície refletora de raios luminosos
2 - Objeto que serve para refletir




Mais uma escapada da Baixada Santista em busca de bons ângulos: A imagem do barco refletida na água foi clicada na Praia do Camaroeiro (Caraaguatatuba)

sábado, 26 de janeiro de 2008

462 anos


Isso que é envelhecer com qualidade de vida. Parabéns! No dia do aniversário de Santos, uma regata coloriu ainda mais o mar da cidade. Os inúmeros barcos, bem que podiam representar as velinhas.

Marco Padrão

Inaugurado em 1933, em comemoração aos 400 anos da Fundação de São Vicente, o Marco Padrão foi presente da colônia portuguesa, e é conhecido também como Pedra do Mato. Bem perto dali, na praia do Gonzaguinha, acontece todos os anos no mês de janeiro, a encenação da chegada de Martim Afonso a São Vicente.


sábado, 19 de janeiro de 2008

Abandono

(Escolha a melhor opção para esta imagem)
(substantivo masculino)

1 ato ou efeito de deixar, de largar, de sair sem a intenção de voltar; partida, afastamento
2 falta de amparo ou de assistência; desarrimo
3 ato ou efeito de renunciar, de desistir
4 estado ou condição do que é ou se encontra abandonado; desleixo, negligência
5 modo de quem vive ou se apresenta como se fosse abandonado
6 sensação de relaxamento físico e/ou mental; ato ou efeito de largar(-se), de soltar(-se)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Por onde andei


Se passei por aqui, pra onde é que eu fui?
Se pisei neste chão, onde estão minhas pegadas?
O vento levou? A água apagou?
Meus pés me levam em que direção?
Não sei, mas continuo andando

domingo, 13 de janeiro de 2008

U2 na praia do Embaré


(Que bom seria assistir a um show dessa fantástica banda irlandesa
em Santos. Texto da foto extraído da música City of Blinding Lights, do U2)



sábado, 12 de janeiro de 2008

Mágica

Paraty tem uma espécie de mágica que encanta a todos. Um de seus truques consiste em algo bem simples: com a leve invasão da água do mar, ou apenas com água da chuva, as ruas da cidade formam poças que funcionam como espelhos refletindo os velhos casarões. Aqui, um momento especial captado antes do breu da noite, e depois da claridade do dia.
(Mais uma vez fugi das nove cidades da Baixada Santista e fui buscar inspiração no litoral do Rio de Janeiro. Mas Paraty sempre vale a pena. Tanto que essa já é a terceira imagem da cidade postada aqui)

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Clarice

"Por enquanto estou inventando a tua presença, como um dia também não saberei me arriscar a morrer sozinha, morrer é do maior risco, não saberei passar para a morte e pôr o primeiro pé na primeira ausência de mim - também nessa última hora e tão primeira inventarei a tua presença desconhecida e contigo começarei a morrer até poder aprender sozinha a não existir, e então eu te libertarei. Por enquanto eu te prendo, e tua vida desconhecida e quente está sendo a minha única íntima organização, eu que sem a tua mão me sentiria agora solta no tamanho enorme que descobri. No tamanho da verdade?"


(*trecho do livro A Paixão segundo G.H., de Clarice Lispector)

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Ângulo privilegiado





Para compensar a minha ausência,
um momento perfeito captado
num fim de tarde na praia de Santos