terça-feira, 15 de setembro de 2009

Santos está cada vez mais vertical e cara

Elas vão dominar o mundo. Em Santos, esse objetivo começou a ser colocado em prática há anos, e o resultado (cada vez mais evidente) pode ser observado numa rápida andada pelas ruas da Cidade. Para ilustrar o que (e de quem) estou falando, escolhi o bairro do Embaré. Selecionei um pequeno trecho: entre os canais 4 (Avenida Siqueira Campos) e 5 (Avenida Almirante Cochrane) e entre a Avenida Bartolomeu de Gusmão (em frente a praia) e a Rua Vergueiro Steidel (imagem 1). Somente nesta área há cinco exemplos atuais do tema ao qual me refiro.

O assunto aqui é o tal boom imobiliário, incrementado pela economia estável do País. E elas (aquelas que vão dominar o mundo) são as construtoras, que compram os raríssimos terrenos vazios (ou os que ainda mantêm casas e pequenas construções) nas regiões mais nobres da Cidade e erguem torres de altíssimo padrão.

A matemática dessa operação (uma ou duas casas a menos é igual a um prédio alto) tem resultado numa super valorização dos imóveis (inclusive os usados), cuja consequência direta é a expulsão (para as periferias ou para as cidades vizinhas) de quem não consegue se manter num lugar onde viver é cada vez mais caro.

No Embaré o boom imobiliário é uma realidade. O bairro, que já é bastante verticalizado, não pára de crescer para cima. Além das recentes torres já prontas e ocupadas, outras estão em plena construção.

Na Avenida Bartolomeu de Gusmão, um prédio será construído ao lado de um do edifício mais torto da orla (imagem 2). Para quem não sabe, Santos tem o segundo pior solo do mundo (só perdendo para a Cidade do México). Assim, na avenida da praia muitos prédios mais antigos são tortos, decorrentes de fundações pouco profundas.

A segunda obra destacada (imagem 3) não fica em frente a praia, mas com certeza terá unidades com vista para o mar. É na Rua Oswaldo Cochrane. O edifício não ocupará apenas um terreno. Antes, na área comprada, funcionavam um estacionamento e um pequeno hotel.

O terceiro empreendimento, na Avenida Dr. Epitácio Pessoa (imagem 4) é de altíssimo nível. Quando a obra for concluída, com certeza será um dos edifícios mais altos da Cidade, com mais de 100 metros de altura.

O quarto prédio fica na mesma avenida (imagem 5). No local antes existia uma casa que chegou a ser usada como comitê político. Nesta quadra, aliás, hoje há apenas um edifício, que visto do alto se destaca entre as pequenas construções habitadas ou ocupadas por comércios.

O último exemplo apontado fica na Rua Álvaro Alvim (imagem 6). A construção, cujo modelo de fundação escolhido foi o chamado bate-estaca, acabou gerando ruído em excesso (essa é outra característica do boom imobiliário) e resultou na articulação da vizinhança que protestou, recolheu assinaturas e exigiu providências da Prefeitura. Graças a mobilização dos moradores, a construtora teve que acabar de cravar as estacas no solo utilizando outro método.


As imagens que ilustram o texto foram retiradas do Google Earth (de junho de 2009). Para ver os detalhes é só clicar para ampliar

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